Relato de Parto Samara Barth - 12/08/2012 ( Parto Natural Hospitalar)
Relato do nosso Parto!
Não sei como iniciar um relato de parto...
nem quando exatamente nosso parto começou, já que curti durante um mês
amostras grátis do que estava por vir.
Oficialmente, na sexta feira (dia 10) eu estava mais burra do que o
normal, mais inchada, mais irritada e com mais sono, cólica constante e o
tampão saindo dia todo... estava me sentindo muito mais gravida do que
qualquer outro dia!
Fui ao G.O. para conferir se estava tudo
bem, tudo estava excelente, 3cm de dilatação, colo grosso... a médica
para ajudar a acelerar as coisas descolou parte da membrana, porque eu
não deixei ela descolar tudo.
Dai começou a parte mais TASTY!
Contrações doloridas de hora em hora e assim foi até sábado a noite,
quando as contrações pegaram ritmo e firmaram de 5 em 5 min.
Liguei pra Giovana (Enfermeira Obstetriz), minha mãe ligou para nosso
amigo Jorge, banho tomado, malas prontas, partimos para Sorocaba!
Dei entrada no hospital eram 1:30am do domingo, alguns exames, muito
tempo no chuveiro, meu caso de amor com a bola te pilates se consolidou e
acredito que seja eterno depois dessa noite, pois só com a ajuda da
bola e agua quente eu conseguia relaxar e parava de vomitar a cada
contração.
E a tal dilatação, que irritantemente seguia muito
mais devagar do que as contrações tão doloridas! Aceitei a ocitocina
–depois de educadamente recusar a primeira vez- neguei que a Doc
rompesse minha bolsa –mesmo ela tentando fazer isso a força-.
Sim, minha bolsa rompeu pouco depois durante uma contração bem forte,
num ploct molhado, que me fez rir por dentro “chupa essa doc!”
Perto do “final” eu já não tinha quase nada, de força, de vontade de
levar aquilo a diante, de coragem, os gritos das outras mulheres ecoavam
na minha cabeça e o rosto da medica maluca tentando me furar formava um
show de horrores!
Enquanto isso, no mundo real, a Giovana e
minha mãe alternavam nos cuidados e palavras de força e incentivo, com
cafunés, massagens, a Gio me puxando pra realidade lembrando que eu
sabia de tudo isso, que estava tudo correndo como eu queria e estava
correndo muito bem, estávamos quase lá!
Eu pedi pra sair,
queria fugir do hospital de qualquer jeito, do parto “Gi, você conhece
uns açougueiros, chama ai! Preciso sair daqui! Quero sair daqui!” e
brigava com a minha mãe e a Gio falando que elas estavam me
enganando...rs
A essa altura as contrações estavam bem fortes e
mais próximas, não conseguia me levantar, me sentia semi-morta, mas com
muita insistência da Gio levantei e com a força para levantar veio
também um sei lá o que sei lá de onde que me fez grudar na cama ao lado e
empurrar.
Ai já não sentia mais dor, só um incomodo, uma inquietação.
Fui para o chuveiro, mas não achava posição para ficar. Se lembra da
perola musical “Bota mão no joelho da uma abaixadinha vai mexendo
gostoso...” ? Era mais ou menos a coreografia que eu fazia no banheiro,
andando de um lado para o outro...rs a cada “abaixadinha” fazia a tal da
força, que me levava para sei lá onde, muito pra dentro, uma viagem
doida para dentro de mim.
Abri os olhos, e achei linda a cena,
minha mãe tirando os sapatos e entrando comigo no chuveiro, para
massagear minhas costas e me ajudar a ficar em pé. Não tenho palavras
para descrever o carinho e orgulho que passei a ter –ainda mais- por
ela.
Eu sabia o que me esperava, ela não, e mesmo assim não saiu do meu lado, segurou todas as pontas d melhor maneira que pode.
E foi pela voz da minha mãe que ouvi “Filha estou vendo a cabecinha dela! Força!”
A Gio pedia para que eu deixasse ela ouvir o coração do bebe, e eu só
balançava a cabeça dizendo que não... eu jurava que dizia “você não vai
ouvir nada, ela esta nascendo!” Mas ... bem, disse isso apenas por
dentro, junto com um sorriso de fêmea alfa só meu, de Sá para Sá, sim,
ela está nascendo!!!
Pedi a Gio pela cadeira de parto, sentada, em baixo do chuveiro, na água quentinha, nascemos, eu e minha pequena!
Eu jurava que iria gritar muito, fazer o maior escândalo, mas não.
Durante todo o trabalho de parto soltei um “ahhh” apenas, durante uma
contração. Fora isso só reclamei que queria ir embora...rs mas tudo
baixinho, nada de grito, nada de gemidos, nada de barulho. Era o que eu
queria, esperei por cada contração, esperei por cada onda, queria viver
cada uma delas, pra dentro, para mim.
Dia seguinte, antes do meio dia, tivemos alta.