Valorizar a maternidade tem de ir além de uma simples data
comemorativa (a segunda mais lucrativa do comércio), como ganhar um post
na rede social ou uma rosa do supermercado.
Valorizar a
maternidade é reconhecer o trabalho árduo daquela mãe em tempo integral;
ou da que divide seu dia entre filhos e emprego.
Valorizar a
maternidade é reconhecer os esforços das mães que criam seus filhos
sozinhas. Apenas 30% do salário do pai, muitas vezes, não dá nem para
começar a calcular os gastos com uma criança.
Valorizar a maternidade é olhar para uma mãe jovem livre de
preconceitos e reivindicar políticas públicas que garantam a
continuidade dos seus estudos, seja na universidade, seja num curso
técnico, seja na conclusão do ensino médio.
Valorizar a
maternidade é buscar igualdade, ou seja, que pai e a mãe tenham as
mesmas responsabilidades para com os filhos. Que ninguém se sinta
sobrecarregado. É a mulher, assim como o homem, poder buscar um emprego e
conseguir a vaga, mesmo tendo filho pequeno, sem sofrer discriminação
por conta disso.
Valorizar a maternidade é falar a verdade sobre o
que é ser mãe. Desconstruir essa ideia de mãe ideal, perfeita, de
comercial de televisão. Nós mulheres temos de falar o que é a
maternidade real, o quanto ela é cansativa, dolorosa, cheia de fardos e
culpas.
Valorizar a maternidade é julgar menos e acolher mais. Nada é regra na sua vivência:
A mulher que pariu em casa é mãe;
A que teve cesárea é mãe;
A que amamenta é mãe;
A que dá formula é mãe;
A que usa fralda de pano é mãe;
A que usa fralda descartável é mãe;
A do BLW é mãe;
A da papinha é mãe;
A da escola Waldorf é mãe;
A da colégio tradicional é mãe;
A que dá só orgânicos é mãe;
A que dá um doce é mãe;
A que não deixa o filho ver TV é mãe;
A que deixa ver TV é mãe.
A mulher que pariu em casa é mãe;
A que teve cesárea é mãe;
A que amamenta é mãe;
A que dá formula é mãe;
A que usa fralda de pano é mãe;
A que usa fralda descartável é mãe;
A do BLW é mãe;
A da papinha é mãe;
A da escola Waldorf é mãe;
A da colégio tradicional é mãe;
A que dá só orgânicos é mãe;
A que dá um doce é mãe;
A que não deixa o filho ver TV é mãe;
A que deixa ver TV é mãe.
Todas somos mães e merecemos ser valorizadas, bem mais do que hoje.
Merecemos espaço e divisão de responsabilidades. Merecemos mais "cadê os
PAIS dessa criança?", do que "cadê a mãe dessa criança?". Merecemos
menos preconceitos e mais acolhimentos.
Um abraço fraterno a
todas as mães! Solteiras, jovem, de barriga ou coração, em tempo
integral ou não. Adjetivos não podem nos separar. Que esse seja também
um dia de luta, contra o preconceito, a desvalorização, a sobrecarga, o
acumulo de função dentro e fora de casa, contra o padrão de mãe ideal
que nos é imposto.
"Bela, recatada e do lar"; só se nós quisermos.
Texto por Camila Prado