terça-feira, 4 de março de 2014

Relato de parto de Giovana Fragoso

Relato de parto de Giovana Fragoso - 05/02/2011 ( Parto Domiciliar)

Sou enfermeira obstétrica, amo obstetrícia, e essa paixão se iniciou na faculdade. Posso dizer que desde então eu sabia que eu queria ter parto normal.
Em 1996 formei-me mas, só comecei a trabalhar com obstetrícia em 1999, em centro obstétrico, somente realizando orientações e dando assistência a parturiente durante o trabalho de parto e pós parto imediato, pois ainda não tinha especialização em obstetrícia.
A instituição em que eu trabalhava não permitia que as enfermeiras, mesmo tendo especialização, realizassem os partos, por ser um hospital escola de medicina.Casei também em 1999, e eu e meu marido sempre planejamos ter três filhos. Depois de alguns anos tivemos a Bia e a Duda. Ambas nasceram de parto normal hospitalar, onde passei por algumas intervenções, como analgesia com 7 cm no primeiro parto e episiotomia.
Na segunda gestação eu falava pra mim mesma, só vou ao hospital quando não agüentar mais, e cheguei ao hospital com dilatação total e no puxo, mas mesmo assim tomei a raqui. Quando deitei senti que estava vindo outra contração, fiz força e a Duda nasceu, porém fiquei decepcionada, pois não senti nascer, depois de todo o trabalho de parto que eu suportei, e ainda ganhei outra episiotomia.
No final de 2006, mudamos de cidade, sai da instituição onde trabalhava, e decidi fazer a especialização, pois queria atuar como obstetriz. Foi quando conheci a Priscila no curso da pós- graduação. Parei a Priscila no corredor depois da aula e falei que ela iria fazer o meu terceiro parto domiciliar.
Em 2010 fiquei grávida, e assim que fiquei sabendo (estava com sete semanas), liguei para Priscila, pois eu estava convicta de que teria parto domiciliar, e meu marido me dava todo apoio.
Helena nasceu dia 05 de fevereiro de 2011 em casa e foi uma experiência maravilhosa, pois em casa você tem assistência totalmente diferenciada, e com a sua família perto de você.
O trabalho da Priscila é intenso e maravilhoso. O que ela faz é simplesmente auxiliar a parturiente, que nesta fase só precisa de cuidado e apoio, e não de intervenções para que possa ser acelerado o trabalho de parto, como é realizado nos hospitais. Ela fica o tempo todo do seu lado conversando, dando força, fazendo massagem, o que alivia e muito a sensação de dor.
O melhor de tudo isso é que quando chega ao fim você pensa: “Consegui! Eu fui capaz”.
Não pretendo ter mais filhos, mas se tivesse, teria em casa novamente, pois não consigo parar de pensar como foi bom aquele momento.