quarta-feira, 12 de março de 2014

Relato de Parto Samara Barth

Relato de Parto Samara Barth - 12/08/2012 ( Parto Natural Hospitalar)

Relato do nosso Parto!
Não sei como iniciar um relato de parto... nem quando exatamente nosso parto começou, já que curti durante um mês amostras grátis do que estava por vir.

Oficialmente, na sexta feira (dia 10) eu estava mais burra do que o normal, mais inchada, mais irritada e com mais sono, cólica constante e o tampão saindo dia todo... estava me sentindo muito mais gravida do que qualquer outro dia!

Fui ao G.O. para conferir se estava tudo bem, tudo estava excelente, 3cm de dilatação, colo grosso... a médica para ajudar a acelerar as coisas descolou parte da membrana, porque eu não deixei ela descolar tudo.

Dai começou a parte mais TASTY! Contrações doloridas de hora em hora e assim foi até sábado a noite, quando as contrações pegaram ritmo e firmaram de 5 em 5 min.

Liguei pra Giovana (Enfermeira Obstetriz), minha mãe ligou para nosso amigo Jorge, banho tomado, malas prontas, partimos para Sorocaba!

Dei entrada no hospital eram 1:30am do domingo, alguns exames, muito tempo no chuveiro, meu caso de amor com a bola te pilates se consolidou e acredito que seja eterno depois dessa noite, pois só com a ajuda da bola e agua quente eu conseguia relaxar e parava de vomitar a cada contração.

E a tal dilatação, que irritantemente seguia muito mais devagar do que as contrações tão doloridas! Aceitei a ocitocina –depois de educadamente recusar a primeira vez- neguei que a Doc rompesse minha bolsa –mesmo ela tentando fazer isso a força-.

Sim, minha bolsa rompeu pouco depois durante uma contração bem forte, num ploct molhado, que me fez rir por dentro “chupa essa doc!”

Perto do “final” eu já não tinha quase nada, de força, de vontade de levar aquilo a diante, de coragem, os gritos das outras mulheres ecoavam na minha cabeça e o rosto da medica maluca tentando me furar formava um show de horrores!

Enquanto isso, no mundo real, a Giovana e minha mãe alternavam nos cuidados e palavras de força e incentivo, com cafunés, massagens, a Gio me puxando pra realidade lembrando que eu sabia de tudo isso, que estava tudo correndo como eu queria e estava correndo muito bem, estávamos quase lá!

Eu pedi pra sair, queria fugir do hospital de qualquer jeito, do parto “Gi, você conhece uns açougueiros, chama ai! Preciso sair daqui! Quero sair daqui!” e brigava com a minha mãe e a Gio falando que elas estavam me enganando...rs

A essa altura as contrações estavam bem fortes e mais próximas, não conseguia me levantar, me sentia semi-morta, mas com muita insistência da Gio levantei e com a força para levantar veio também um sei lá o que sei lá de onde que me fez grudar na cama ao lado e empurrar.

Ai já não sentia mais dor, só um incomodo, uma inquietação.

Fui para o chuveiro, mas não achava posição para ficar. Se lembra da perola musical “Bota mão no joelho da uma abaixadinha vai mexendo gostoso...” ? Era mais ou menos a coreografia que eu fazia no banheiro, andando de um lado para o outro...rs a cada “abaixadinha” fazia a tal da força, que me levava para sei lá onde, muito pra dentro, uma viagem doida para dentro de mim.

Abri os olhos, e achei linda a cena, minha mãe tirando os sapatos e entrando comigo no chuveiro, para massagear minhas costas e me ajudar a ficar em pé. Não tenho palavras para descrever o carinho e orgulho que passei a ter –ainda mais- por ela.

Eu sabia o que me esperava, ela não, e mesmo assim não saiu do meu lado, segurou todas as pontas d melhor maneira que pode.

E foi pela voz da minha mãe que ouvi “Filha estou vendo a cabecinha dela! Força!”

A Gio pedia para que eu deixasse ela ouvir o coração do bebe, e eu só balançava a cabeça dizendo que não... eu jurava que dizia “você não vai ouvir nada, ela esta nascendo!” Mas ... bem, disse isso apenas por dentro, junto com um sorriso de fêmea alfa só meu, de Sá para Sá, sim, ela está nascendo!!!
Pedi a Gio pela cadeira de parto, sentada, em baixo do chuveiro, na água quentinha, nascemos, eu e minha pequena!

Eu jurava que iria gritar muito, fazer o maior escândalo, mas não. Durante todo o trabalho de parto soltei um “ahhh” apenas, durante uma contração. Fora isso só reclamei que queria ir embora...rs mas tudo baixinho, nada de grito, nada de gemidos, nada de barulho. Era o que eu queria, esperei por cada contração, esperei por cada onda, queria viver cada uma delas, pra dentro, para mim.
Dia seguinte, antes do meio dia, tivemos alta.

terça-feira, 4 de março de 2014

Relato de parto de Giovana Fragoso

Relato de parto de Giovana Fragoso - 05/02/2011 ( Parto Domiciliar)

Sou enfermeira obstétrica, amo obstetrícia, e essa paixão se iniciou na faculdade. Posso dizer que desde então eu sabia que eu queria ter parto normal.
Em 1996 formei-me mas, só comecei a trabalhar com obstetrícia em 1999, em centro obstétrico, somente realizando orientações e dando assistência a parturiente durante o trabalho de parto e pós parto imediato, pois ainda não tinha especialização em obstetrícia.
A instituição em que eu trabalhava não permitia que as enfermeiras, mesmo tendo especialização, realizassem os partos, por ser um hospital escola de medicina.Casei também em 1999, e eu e meu marido sempre planejamos ter três filhos. Depois de alguns anos tivemos a Bia e a Duda. Ambas nasceram de parto normal hospitalar, onde passei por algumas intervenções, como analgesia com 7 cm no primeiro parto e episiotomia.
Na segunda gestação eu falava pra mim mesma, só vou ao hospital quando não agüentar mais, e cheguei ao hospital com dilatação total e no puxo, mas mesmo assim tomei a raqui. Quando deitei senti que estava vindo outra contração, fiz força e a Duda nasceu, porém fiquei decepcionada, pois não senti nascer, depois de todo o trabalho de parto que eu suportei, e ainda ganhei outra episiotomia.
No final de 2006, mudamos de cidade, sai da instituição onde trabalhava, e decidi fazer a especialização, pois queria atuar como obstetriz. Foi quando conheci a Priscila no curso da pós- graduação. Parei a Priscila no corredor depois da aula e falei que ela iria fazer o meu terceiro parto domiciliar.
Em 2010 fiquei grávida, e assim que fiquei sabendo (estava com sete semanas), liguei para Priscila, pois eu estava convicta de que teria parto domiciliar, e meu marido me dava todo apoio.
Helena nasceu dia 05 de fevereiro de 2011 em casa e foi uma experiência maravilhosa, pois em casa você tem assistência totalmente diferenciada, e com a sua família perto de você.
O trabalho da Priscila é intenso e maravilhoso. O que ela faz é simplesmente auxiliar a parturiente, que nesta fase só precisa de cuidado e apoio, e não de intervenções para que possa ser acelerado o trabalho de parto, como é realizado nos hospitais. Ela fica o tempo todo do seu lado conversando, dando força, fazendo massagem, o que alivia e muito a sensação de dor.
O melhor de tudo isso é que quando chega ao fim você pensa: “Consegui! Eu fui capaz”.
Não pretendo ter mais filhos, mas se tivesse, teria em casa novamente, pois não consigo parar de pensar como foi bom aquele momento.