quarta-feira, 30 de abril de 2014

5 de Abril Exibição do filme O Renascimento do Parto, com debate com o Dr Braulio Zorzella

O ginecologista e obstetra Braulio Zorzella é amplamente reconhecido pela sua postura Humanista. Esteve a frente da Santa Casa de Sorocaba na coordenação da Maternidade e em um curto período, conseguiu através de pequenas mudanças na filosofia do serviço com condutas baseadas em evidências científicas, a diminuição dos índices de cesárea de 55% para 40% pelo SUS. 
Ele e mais uma série de Enfermeiras Obstetras, Doulas e profissionais envolvidos na Humanização estiveram presentes no encontro do dia 5 de abril, na inauguração da primeira Casa de Parto do interior de São Paulo, às 18:30 na Av José Gomes de Camargo número 400 – Jd Marabá, durante sua inauguração.
Foi exibido o filme O Renascimento do Parto e seguido de um bate papo descontraído para tirar as dúvidas das gestantes e pais presentes.
















Os sustos e suspiros no final da gestação

Ansiedade, é a palavra que melhor descreve as ultimas semanas de gestação. É também o sentimento presente em pais, mães, amigos e familiares arregalam os olhos a cada sinal de que o grande momento esta próximo, o bebe vai nascer!

Muitas mulheres já no sétimo mês de gestação (entre 27 e 31 semanas de gestação) apresentam alguns sinais de preparo para o parto, como contrações não ritmadas chamadas de Braxton-Hicks, contrações indolores, somente sente a barriga endurecer, dores na lombar e virilha.

No 8 mês as contrações de treino se tornam mais frequentes e a mulher já produz colostro, primeiro leite do bebe rico em nutrientes e anticorpos, no final do oitavo mês e durante o nono é normal também a saída do tampão, uma “meleca” gelatinosa claro amarelado e parece como clara de ovo e pode vir com presença de sangue em pequena quantidade, que é a proteção da entrada uterina e costuma sair de 7 até 20 dias antes da mulher entrar em trabalho de parto.

As contrações que se iniciarem após as 37semanas podem ser doloridas porém não rítmicas, se antes de 37 semanas a mulher queixar de dor tipo cólica nas contrações deve-se investigar, pode ser sinal de infecção urinária e deve ser tratada o quanto antes. 

No dia 22 de março a enfermeira obstetra Francine Rodrigues, conduziu um bate papo descontraído no Nadi sobre os Sinais de trabalho de parto e os Falsos Sinais, confira a baixo alguns deles!

Sinal VERMELHO (Fique tranquila!)
  • Contrações sem intervalo de tempo regular, são muito comuns desde o sétimo mês, como já falamos, é apenas um treino do seu corpo onde os músculos se fortalecem e se preparam para o parto
  • Saída de “gosma” vermelha ou esverdeada, a gosma ou “tampão” costuma sair de 7 a 20 dias antes do parto, mas variam muito de mulher para mulher
  • Dor no baixo ventre e costas, no final da gestação o corpo todo da mulher muda aos poucos e essas dores costumam aparecer mais fortes quando o bebe está já na posição correta para nascimento.


Sinal AMARELO (Fique atenta se evoluem ou não, pode assistir um filme, sem pressa!)

  • Perda de líquido transparente, a bolsa onde o bebe se desenvolve é cheia de liquido amniótico, e pode se romper algumas horas antes do parto. Esse rompimento quando acontece é facilmente identificado pois um grande volume de liquido sai da mulher. Caso isso não ocorra acompanhado de contrações, não precisa se desesperar.
  • A perda de líquido pode acontecer antes da mulher ter contrações de Trabalho de Parto, ou durante o Trabalho de parto ou pode até mesmo não romper e o bebe nascer envolto da bolsa das águas, o que em algumas culturas é sinal que ele terá muita sorte na vida. Se o líquido estiver claro observar a movimentação fetal e esperar as contrações iniciarem, mas se tiver esverdeado ir para o hospital para ver como está o bebe se ele estiver bem, pode respirar tranquila, não é nem uma indicação para cesária.
  • Contrações ritmadas porém ainda bem espaçadas: A mulher vai ver a barriga endurecer e sentir já um pouco de dor, porém isso vai acontecer em intervalos não regulares(uma com meia hora, outra com 20 minutos de intervalo por exemplo) Deve-se ficar alerta, mas ainda não é o trabalho de parto.


Sinal VERDE (Vai nascer!)
  • Contrações ritmadas por mais de uma hora, conte o intervalo entre elas, se estiverem de 5 em 5 minutos já pode avisar o parceiro e procurar acompanhamento profissional. O parto ainda pode levar algumas horas, então não se desespere, coma algo gostoso pois vai precisar de energia, tome um banho quente sem pressa para relaxar. Água quente na lombar e ventre aliviam muito as contrações e auxiliam no trabalho de parto.
  • Vontade súbita de fazer cocô/força, esse é um sinal que o bebe está prestes a nascer, respire fundo e procure imediatamente acompanhamento profissional.
Lembre sempre de já deixar uma mala preparada para o dia do nascimento do seu bebe e as pessoas que vão te auxiliar de sobre aviso, sente com seu companheiro e montem juntos um Plano de Parto, com tudo que querem e precisam fazer antes, durante e depois do parto.

Texto por Samara Barth
Revisão de informações técnicas: Giovana Fragoso

terça-feira, 29 de abril de 2014

Relato de parto Karen Camargo

Relato de parto Karen Camargo - 29/03/2014 ( Parto Natural Hospitalar)

Bom Dia...vou relatar meu parto que aconteceu no dia 29/03/14
Eu já estava deitada pronta para dormir era mais ou menos 0:30, quando me virei na cama e senti um liquido molhar minhas pernas me levantei e fui ao banheiro pois achei que era xixi (mãe de primeira viagem) e quando voltava pra me deitar novamente senti o liquido me molhar.Minha casa fica perto da maternidade e fui caminhando ate la.Chegando la passei com o plantonista que fez o toque e disse q eu estava com 3 dedos de dilataçao e bolsa rota, e teria de ficar internada, passei a madrugada com dores bem fraquinhas.As 07:00 da manhã houve a troca de plantão e passei novamente com o plantonista que me examinou e verificou que eu estava com quase 5 dedos de dilatação, entao fui apresentada a parteira Suzana Coca keinert que assumiu meu caso, me instruiu a caminhar para a dilataçao aumentar, caminhei bastante, tomei um banho quente e aos poucos as dores se intensificavam, sempre sendo monitora e meu bebê também. Quando as dores ja estavam insuportaveis eu ja estava com a dilataçao quase completa, sem o uso de qualquer medicamento, tudo natural, então a Suzana veio e me disse que havia chegado a hora, fui para a sala de parto e meu marido sempre ao meu lado (que participou cortando o cordão umbilical). E as 14:05 do dia 29/03 eu dava a luz ao meu príncipe com 2,860kg e 46cm que veio ao mundo da forma mais natural possível, sem episio.
Agradeço a Deus pelo momento maravilhoso que vivi e também a Suzana que foi o anjo que amparou meu príncipe na hora de sua chegada.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Relato de Parto Francine Rodrigues


O nascimento do THEO – 28/05/13

O maior presente da minha vida! Talvez seja esta a definição que mais se aproxima daquilo que já vivi, a partir do momento que descobri que este menininho viria ao mundo.

Lembro como se fosse hoje o dia em que fiquei sabendo que estava grávida.

Deste dia em diante comecei a planejar as próximas décadas da minha vida. Mas, nem sempre as coisas acontecem como o esperado. Sim, as vezes elas acontecem melhor ainda!

Tive uma gravidez tranquila, fiz hidroginástica, trabalhei até dois dias antes do meu bebê nascer e sonhava com o momento em que entraria em trabalho de parto.

No dia 27/5 comecei a sentir uma dorzinha chatinha por volta das 5h30. Então liguei para a minha coordenadora e disse “acho que hoje não dá pra eu trabalhar!”. Ela foi muito compreensiva e me desejou uma boa hora. Eu estava super animada, achando que logo as dores aumentariam, mas meia hora depois não estava sentindo mais nada.

Então, com toda calma do mundo, resolvi que iria fazer umas comprinhas no supermercado! É, consegui manter a calma e aumentar a fatura do cartão de crédito!

A dor permaneceu inalterada durante todo dia.

A noite, meu esposo e eu fizemos uma jantinha saborosa, assistimos a um show do Kid Abelha pela TV e dormimos. Mal sabíamos que esta seria a última noite que seríamos apenas um casal, e que no dia a seguir já poderíamos referir a nós como uma família!

Por volta das 4h30 levantei para ir ao banheiro. Lá, ao me limpar, percebi que a bolsa havia rompido, pois estava saindo um líquido claro com um pouquinho de sangue. Com toda calma do mundo, avisei ao marido que já entrou em colapso nervoso. Ele me perguntou: “O que eu faço?” e eu respondi “volte a dormir”.

Tomei um banho relaxante, conversei bastante com o Theo, fiz alguns agachamentos no chuveiro, lavei a cabeça e sequei o cabelo. Sim, mantive a calma!

Às 5h10 resolvi sair do banho porque as dores estavam começando a ficar mais próximas. Quando cheguei ao quarto, o marido organizado ao extremo já havia enviado os e-mails para a empresa toda com todos os direcionais das atividades diárias e (detalhe importante) avisado que talvez não fosse trabalhar porque o bebê já estava chegando!

Começamos a contar o número de contrações em 10 minutos e o tempo que elas duravam. Estavam de 10 em 10 minutos. Elas foram aumentando até 5 em 5 minutos. Então resolvi que deveria ir até a padaria. Sim, mantive a calma!

Chegando na padaria não consegui sair, porque a dor estava um pouco mais intensa. Fiquei no carro enquanto o marido voltava com o saquinho de pão de queijo!

Voltamos pra casa e as dores já estavam a cada 3 minutos. Daí, pedi a ele que ligasse para a obstetra e fossemos ao hospital. Ela mandou irmos imediatamente para o hospital. E lá fomos: duas malas, uma bola de pilates, um marido nervoso e um gestante calma!

Respondam-me rapidamente: alguém consegue andar a 10 km/hora em um carro? O marido conseguiu naquele dia. Acho que ele pensava que se andasse devagar, o bebê esperaria mais para nascer. Sim, naquele momento eu perdi a calma! E pedi “peloamordeDeus” que ele fosse mais rápido!

Chegando lá às 7h54, a médica que me atendeu perguntou de quanto tempo estava a dor. Respondi bravamente “2 em 2 minutos”. Perguntou novamente “é primeiro filho?”. Respondi sem cogitar “sim!”. Acho que ela pensou que ainda demoraria, pois a minha cara não era a das piores. Quando ela fez o toque descobriu que eu já estava com dilatação total e só faltava o bebê terminar de rodar.

As únicas coisas que consegui falar foi “quero meu marido cortando o cordão” e “não quero anestesia!”. Quase uma leoa em pele de mulher!

E foi assim...

Em uma linda manhã de terça-feira o Theo nasceu às 8h23 de um parto normal lindo, com 3.500 e 49 cm. Fui a primeira a carregá-lo e pude dizer “Pai obrigada pelo meu presente!”. O papai cortou o cordão umbilical e a pediatra o colocou para mamar. Como estava corrido para a equipe (no momento aconteciam duas cesáreas), pedi a médica que deixasse ele ficar ali conosco. E, escutando a chuvinha lá fora, ficamos nós três, bem juntinhos, como se não tivesse ninguém ao nosso redor.

E não é assim que deve ser? Muito respeito, muito amor, muito calor?

Desde aquele dia minha vida mudou. Desde aquele dia o mundo mudou! Pois, “para mudar o mundo, primeiro precisamos mudar a forma de nascer (Michel Odent)”.
— com Rafael Gomes. 

domingo, 27 de abril de 2014

Relato de Parto de Ana Laura Nery

Relato de Parto de Ana Laura Nery - 11/04/2014

Pedro Lucas nasceu dia 11/04 as 10:35AM , de PC por estar sentado .. Nasceu com 3kg555 com 52cm *-*

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Relato de Parto de Erica Azevedo

Relato de Parto de Erica Azevedo -09/05/2012 (Parto Natura Hospitalar)

Por Erica Azevedo, mãe da Amora :)
Tenho certa resistência com cirurgias e muita aflição de cortes. Nunca tomei ponto na vida, quando me machucava fazia minha mãe juntar a pele com esparadrapo ou qualquer coisa que funcionasse parecido só pra não precisar ir pro hospital ser costurada! Então quando descobri que estava grávida, já sabia que não queria cesárea.
O parto normal, embora não tão agradável, era o que restava pra mim até aquele momento. Eu cheguei a me sentir mimada de “ter opção” e mesmo assim continuar insatisfeita. Se todas as mulheres tinham filhos daquele jeito (normal ou cesárea), porque eu achava ruim ter que passar por aquilo? Mas eu achava, e nada me fazia mudar de ideia. Era humilhante ter que ficar de pernas abertas pra quem quisesse ver, debaixo daquela baita luz de centro cirúrgico, com alguém(ns) me mandando fazer “força, mãezinha!”.
Eu devia ser muito mimada mesmo, pra mim essa situação era uma exposição sem tamanho, uma brutalidade. Lembro que a alguns anos, conversando com uma amiga, disse que não gostaria que assistissem meu parto porque eu teria vergonha na hora.
Perguntei se aquilo era uma atitude egoísta, e ela fez que sim com a maior cara de reprovação, como se minha preocupação com “a feiura” daquilo fosse um capricho.
Ué, ser mãe não era algo grandioso? Porque pra viver essa transformação a gente tinha que ser tratada como incapaz? Que condição passiva e diminuída, me dava vergonha sim! …Mas ok né, se tudo corresse bem pelo menos não iam abrir minha barriga, e eu não ia ficar andando corcunda encolhida por um ano de aflição do corte.
Escolhi dos traumas, o menor. Quando parei pra pensar mais sério nisso, deu medo.
Vi que não ia rolar e comecei a pesquisar. Foi quando eu descobri a palavra doula!
Tudo na internet que envolvia doulas trazia informações surpreendentes e me levava a outros sites legais. Numa dessas, truco: o parto normal também não favorece a fisiologia do corpo como pensamos que faz! E não é uma experiência saudável emocionalmente também! De normal, o processo só tem o nome.
Meus questionamentos tinham toda razão em existir, e o melhor, descobri uma terceira opção, o parto natural humanizado!
Sem intervenções desnecessárias (mas que são realizadas rotineiramente nos hospitais), o parto humanizado envolve muito respeito e a valorização que o nascimento merece (o de um bebê, o de uma mãe).

Eu poderia ficar livre pra andar e comer, poderia usar as minhas próprias roupas (ou nenhuma), poderia escolher a posição mais confortável para parir, não fariam episiotomia (cortar lá embaixo) se não vissem necessidade, se a bebê nascesse bem não sofreria aspiração, o cordão só seria cortado depois que parasse de pulsar, etc!
Nisso eu via sentido! 
O Bruno, meu namorado, e a minha mãe Suzana, viram o quanto era importante pra mim que acontecesse daquela maneira e toparam entrar nessa comigo na hora. Era o apoio que eu precisava.
A partir daí comecei a procurar por doula e médica humanizada. Aqui em Itapetininga isso não existe. Chance de ter parto natural humanizado é zero, a não ser se for domiciliar.

Como no caso de transferência pra hospital eu acabaria tomando uma cesárea, e como moro com mais pessoas, não me senti tranquila pra isso.
Fui encontrar uma doula super bacana em Campinas, a Renata Olah, que me deu a indicação da Mariana Simões, médica humanizada também de lá. …Me consultei com a Mari, a abordagem era totalmente diferente, ela não estabelecia o ‘peso hierárquico’ que eu sempre sentia durante consultas com outros médicos, enxergava respeito dela pela minha condição de grávida, achei tudo!
Ela me deu o contato do MAHPS (Movimento de Apoio a Humanização do Parto em Sorocaba), onde eu conheci a Gisele, que é uma baita ativista da causa e doula… foi amor à primeira vista, e como Sorocaba é bem mais próxima de Itapê, a chamei pra me acompanhar.
Médicas obstetra e pediatra (Dra Otília, humanizada também – que não adianta eu não sofrer intervenções desnecessárias e a bebê sofrer, né?)ok, doula ok, Maternidade de Campinas ok.

Teve uma tarde de despedida da barriga deliciosa aqui em casa com a Gisele, ela sempre me deixou muito tranquila, confiava na minha capacidade. Tudo pronto pra acontecer do melhor jeito! Isso merece ser recordado, “procura aquela fotógrafa que faz um trabalho lindo!” Rsrs. Chamei a Kelly pra clicar o parto, não é todo maio que dá Amora né? J
No dia 09 de maio às 6h da manhã acordei com uma cólica leve. Coloquei bolsa de água quente e nada de melhorar. Fui pra baixo do chuveiro, deu uma amenizada, mas continuava lá. A Gisele tinha me mandado uma mensagem perguntando se tava tudo tranquilo, e lá pelas 8h30 eu respondi que sim, só uns pródromos chatos que não queriam ir embora (pródromos? ai, que anta!). Ela respondeu pedindo pra eu contar de quanto em quanto tempo as contrações vinham, e eu fui marcando na maior tranquilidade, achando que aquela regularidade era viagem minha (suave demais pra ser…).
Estavam de 4 em 4min (um pouco menos, mas eu não queria acreditar e arredondei).
Ela respondeu que estava saindo da USP e pediu pra eu ligar pra Giovana vir em casa me examinar, uma obstetriz que mora aqui em Itapê e é super envolvida com o movimento de humanização. Mas ela sabia que eu não ligaria porque estava descrente que era trabalho de parto e fez isso por mim. Aí a Giovana me ligou perguntando se queria que ela viesse, e eu disse que voltaria pro chuveiro pra ver se melhorava e que qualquer coisa retornava. Mandei uma mensagem pro Bruno (que trabalha numa cidade próxima do Rio de Janeiro) contando a situação, mas dizendo que era melhor que ele não saísse de lá ainda porque tava com a maior cara de alarme falso. Ele saiu na mesma hora. …Eu não sei porque demorou tanto pra cair a minha ficha, talvez porque a dor estava muito tranquila perto da que eu tinha me preparado pra sentir, e eu não queria todo mundo parando tudo e pegando estrada pra chegar aqui e ouvir que as contrações tinham cessado. 15 minutos no chuveiro e “tá, já tá todo mundo a caminho mesmo”…chamei a Giovana. “Vem que não tá melhorando, não custa conferir né?”.
Ela chegou, conversamos um pouco, achamos melhor eu comer algo…Eram umas 10h30 quando ela me examinou e a maior surpresa: “Érica, 6 de dilatação!”. Oi??? 6? Cheguei até lá na boa, achando que era alarme falso? Aí bateu ansiedade, nem mala pronta eu tinha. Eu escolhi não fazer porque achava que daria tempo de escolher as coisas de acordo com meu gosto pra aquele dia.
Depois do exame as contrações apertaram em intensidade, e fui colocando piscininha, essência, bola de pilates, velas, tudo que não daria tempo de usar, menos roupa, dentro da mala! Hahahaha!
Eu não pensei em roupa, tanto que entrei no carro de pijama mesmo.  E putz… o carro! Tudo que eu não queria era estar lá dentro dilatando dos 7 aos 10, mas não teve jeito.
Minha mãe colocou um cd, eu pedi pra tirar na hora… música seria uma maneira de me situar no tempo, e eu tinha medo de ter noção do quanto ainda faltava pra eu sair daquele banco de trás.
Fui deitada com a cabeça no colo da Giovana. Lembro que a maneira que eu encontrei pra aliviar as contrações era vocalizando, e assim eu fazia.
A Gi segurava minha mão e pedia coragem. No meio da viagem o Bruno ligou dizendo que só tinha vôo às 16h, eu lamentei no telefone, mas depois que desliguei fiz uma conta maluca mentalmente e cheguei a acreditar que mesmo assim ele chegaria a tempo.
Depois disso (eu acho) a Gi disse pra eu ficar de quatro. Na primeira contração assim eu achei que não ia conseguir manter a posição, já tava doendo muito e daquele jeito era pior! Mas eu me mantive firme. Numa dessas veio junto um monte de “água” quentinha e eu ensopei o shorts de pijama e o banco de trás inteiro.
Nas contrações que se seguiram sempre saía água. Mesmo com a dor eu me sentia segura com a Giovana ali… se precisasse, minha mãe parava o carro e ela saberia como agir. Claro que eu não queria que isso acontecesse, mas também eu já tinha combinado comigo que entrar em desespero não era opção, e na estrada menos ainda!
Queria muito provar pra mim mesma o quanto eu podia ser forte, e fosse como fosse, sairia daquilo tudo com minha filha nos braços muito orgulhosa dela e de mim.
 Faltando uns 20 minutos (acho) pra chegar em Campinas, eu já estava completamente em outro mundo. Precisava vocalizar bem mais alto pra sentir alívio, acho até que comecei a gritar nas contrações. Quem via de fora devia sentir dó de me ver naquela situação, uns bestas, porque eu tava era no maior orgulho! Hehehe!
Já dentro de Campinas (será?) a Gi me pediu pra respirar pelo nariz e soltar pela boca “pra não fazer força”, mas era difícil controlar porque meu corpo tinha vontade própria! rsrs Ah! E não é todo dia que as pessoas tem oportunidade de ver uma maluca descabelada, com shorts de pijama todo molhado, grunhindo alto e de quatro no banco de trás de um carro, espero que os passageiros dos ônibus que emparelhavam com a gente nos semáforos só tenham assistido e não filmado e postado no Youtube :D Até porque, sei lá se sacaram que era trabalho de parto, porque naquela posição só dava pra ver minha bunda. Possuída, talvez? Não deixariam de estar certos… eu tava completamente tomada por uma força e coragem muito lindas, que acho que sempre foram minhas e eu não sabia. Digo isso porque foi muito natural pra mim quando elas vieram, eu simplesmente as reconheci. Só passando pra entender.
A Mari, a Gisele e a Kelly estavam na porta da maternidade quando chegamos, e fui descer do carro no meio de uma contração… nessa hora cheguei a querer ficar de quatro de novo, já que tava ruim mas era daquele jeito que eu tinha aprendido a enfrentar.

A Gisele veio correndo me abraçar e me manteve de pé, ufa! Era muuuuito melhor. Entrei na maternidade daquele jeitão que os passageiros dos ônibus viram, com a diferença de que agora o alvo das pessoas era minha cara de que tava curtindo o maior barato em outro mundo, e não mais o bundão :D
Completamente dilatada, toda  guerreira e no apoio quentinho do abraço da Gisele, fui andando até o centro obstétrico. No elevador ela dizia que eu estava linda…  que bom era aquilo.
Queria muito o Bruno me esperando lá na frente da maternidade junto com elas.

 Queria que ele pudesse ter chego a tempo pra sentir orgulho de mim como eu estava sentindo… só teria sido melhor se eu tivesse subido naquele elevador abraçada nele, me sorrindo e dizendo que eu estava linda. Mas ele ainda estava no aeroporto do Rio… saiu correndo quando eu ainda apostava que era alarme falso, desceu a lenha na estrada pra chegar no guichê e ser avisado que o vôo pra Campinas tinha saído fazia 5 minutos. Foi lá, sentado esperando que ele passou o tempo enquanto a nossa filha nascia. Fiquei muito mal de pensar nisso nos dias seguintes, porque o parto era nosso.
No centro obstétrico a Mari me examinou e confirmou dilatação total, fiquei abraçada na Gisele e me deixei levar! Nessa hora, quando eu estava na partolândia, não importava se estavam olhando, se iam me achar estranha, nada externo me afetava (apesar de eu ter dito que tava sem corretivo e de pijama, huahuah)… teve música (que eu não ouvi, soube depois).

Minha mãe sempre lá, lindona. Contou que até massagem em mim fez. Sentei na banqueta de parto, a Gisele ficou de apoio atrás de mim.
Sugeriram que eu sentisse a cabecinha dela, mas quando toquei tinha uma consistência macia… Era porque ela estava empelicada, com a bolsa ainda recobrindo!
Pegaram um espelho pra eu poder ver também , eu disse que não queria e depois que queria. A Mari, a Otília, a Giovana, a Gisele, a Kelly, minha mãe, estavam todas lá, pacientes e me apoiando felizes, prontas pra dar o suporte que eu e a bebê precisássemos.
Não sei quantas contrações eu tive na banqueta, sei que a Amora veio muito rápido e inteirinha em uma só! E eu achei gostoso! Hahahaha!  A Mari pegou e me entregou. A bolsa só estava na cabecinha e eu nem precisei desembrulhar meu presente! A pequenina me olhou atenta nos olhos, sem chorar… linda, quentinha e cheirosa. Noooooossa!
Aí deram o cordão pra eu sentir pulsando, eu peguei mas não senti coisa nenhuma, hauehuahaeh! Não queria saber de mais nada, não entendia e não ouvia mais nada, eu tava transbordando.
Quando parou de pulsar minha mãe cortou. Depois de um tempo comigo a Otília a pegou rapidinho e foi avaliar – sem aspiração nem picadas, como todo bebê que nasce bem deveria ser recebido.
Nem a mala dela (essa sim tava pronta, toda belezinha) deu tempo de descer do carro de tão rápido que foi, e se eu saí nas fotos (que ficaram maravilhosas por sinal! Kelly, você sabe muuuito!) de pijama e descabelada, a Amorinha saiu com a roupinha do hospital. Hehehe.
Levei dois pontinhos internos, bem menos do que se tivesse tomado uma episiotomia! Eles não incomodaram nada e caíram em uma semana, uma beleza!

Tomei banho sozinha no mesmo dia. Só na manhã seguinte minhas pernas pararam de tremer, pernas trêmulas de coração apaixonado…
A Aluá, minha irmã, chegou logo depois do nascimento, e o Bruno chegou quando já estávamos instaladas no quarto. De noite ficamos eu, ele e a Amora lá. Foi a noite mais feliz da minha vida.

A Amora nasceu às 14:20hs pesando 3225 gramas e medindo 50 cm, de um parto rápido, intenso e transformador na minha vida. Não foi como eu imaginei, não teve piscina, não foi no quarto, dei show no trânsito de Campinas,… mas isso fez parte da aventura! Mudar algo mesmo, só seria a ausência do Bruno. Mas eu também tenho que agradecer os imprevistos! A Giovana mesmo chegou aos 45 do segundo tempo e ufa! Foi minha obstetriz, peça essencial pra tudo dar certo! E com a Kelly não teve erro, as fotos ficaram lindas mesmo com a minha não-produção e com a Amorinha de gorrinho feito de gase do hospital! Huahauaha
O que é melhor nem sempre é o mais simples… Quando a responsabilidade passa a ser nossa, tem que ter coragem… Mas vale tanto a pena… poder ser mãe por você mesma, e trazer seu filho ao mundo da maneira mais respeitosa e saudável pra ele não tem preço!
Obrigada Gisele por ter me mostrado que o parto não precisa maltratar a mulher, e que ainda pode ser uma poderosa fonte de aprendizado na vida dela! Obrigada pelo encorajamento, pelo carinho, pelo suporte, e agora pela amizade.
Obrigada Giovana por ter se mostrado disponível e tão atenciosa desde a primeira vez que entrei em contato, e depois, em cima da hora, por ter garantido a nossa chegada em Campinas, você foi peça chave pra que tudo desse certo!
Mariana e Maria Otília, obrigada por terem sido capazes de desconstruir velhos conceitos. O trabalho de vocês é muito lindo e importante!
Obrigada Kelly, que prazer te conhecer! Que glamour suas fotos, mulher! Quanta sensibilidade e delicadeza. Vendo suas imagens é que as amigas ficam com água na boca pra ter parto natural… hehehe.
Obrigada dinda Aluá, não foi dessa vez que deu pra acompanhar também, mas sempre super presente na minha gravidez! Obrigada por amar tanto a pequena! Huahauaha. Você jogou fora junto comigo ideias empoeiradas, espero que aplique as novas no que puder, dentro do seu trabalho.
Obrigada mãe Suzana, que compreende o fundo da minha alma, que está ao meu lado sempre e fica feliz quando eu dou o melhor de mim, que fez o trajeto pra Campinas em 1h40, hihih!
Obrigada Bruno, por ter aparecido na minha vida, por ser tão leve, por botar fé em mim, por me apoiar. Você tava lá comigo o tempo todo, amor. Te amo. A Amorinha não foi programada mas mesmo assim a gente fez bonito. Hehehe. Obrigada por ela. Te amo de novo.
E Obrigada Amora Amor! Minha Ananda, meu alecrim! A bela causadora de tudo isso! Por você eu movi montanhas, e agora sei que também posso buscar as estrelas se você as quiser. Você é a expressão do amor mais puro e concentrado.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Relato de Parto de Lucineia Silva

Relato de Parto de Lucineia Silva - 02/03/2014 (Cesariana)

Esse é Lucas que nasceu no dia 02/03/14 com 5.280 e 55cm o bebê mais esperado, minha gestação foi tranquila até as 37 semanas que meu médico por sinal maravilhoso e muito atencioso, começou a me preocupar pelo tamanho que estava meu bb, eu todos os dias medindo minha diabete mais sempre normal, ai pediu o 1º doppler com 37 semanas ele pesava 3.870 e com 38 semanas já pediu outro ai entrei em panico pensei sera possível como eu queria o parto normal ''o povo na minha cabeça, você não vai aguentar esse bb e grande marque a cesária logo deixei pra lá'' e falei com as meninas do Grupo me tranquilizaram, como já estava indo semanalmente nas consultas com 39 semanas, meu médico vai e pede outro doppler porque ele não conseguia medir o bb fiz e o peso deu 4.663 ''eu'' Jesus, continuei a esperar o trabalho de parto fiz acupuntura com a Giovana Françani Fragoso no dia 27/02 fazendo 40 semanas, pra acelerar o T.P, fiz de tudo e nada, pensei quer saber já fazia 3 dias que não saia de casa pensei vou dar uma volta, subia até a avenida onde estava tendo o "grande carnaval" isso porque não curto mais só pra distrair mesmo e fui comer lanche fiz de tudo andei, comi, voltei pra casa era umas 00:45 +- terminei de ler o livro sobre partos que a Suzana Coca Keinert tinha me emprestado por sinal foi ótimo ler os relatos de 9 mulheres guerreiras, acabei pegando no sono, quando foi umas 2:30 ai começou as pequenas contrações me levantei andei pela casa resolvi ir para o chuveiro pra amenizar as dores que já iam piorando fiquei uns 50 minutos debaixo da água bem quente ah não aguentei acordei minha filha pedi pra chamar minha irmã cheguei na maternidade era 4:30 com contração de 2 em 2 minutos e com 2cm de dilatação, fiquei lá fiz o cardio toque 2 vezes porque eu não aguentava de dor pois me contorcia muito, foi passando as horas, ai chega a troca de turno isso era 7:00 eu torcia pra Suzana estar lá, já não tava aguentando mais o médico plantonista resolveu ver novamente qto estava de dilatação 7cm glória, como levei meus exames de ultrassom ele viu o doppler e resolveu fazer a cesária eu pensei será, fui pra sala de cirurgia as 8:00, logo que deitei estourou a bolsa me anestesiaram quando foi 8:30 chega o grande momento meu bb nasce, a enfermeira diz parabéns Lucinéia seu bb nasceu enorme com 5.280 eu pirei, foi uma cesária não parto normal como gostaria mais passei por todas as fases de trabalho de parto isso que me faz sentir mais feliz as 40 semanas e seis dias mais esperadas.