sábado, 31 de maio de 2014

Parto de Homem -Parto Domiciliar

Parto de homem. É sobre isso que quero falar. E é para eles que escrevo. Então vou começar do começo. Ela estava no avião, foi ao banheiro e me telefonou: "estou grávida". Não teve tempo de falar mais nada. As portas já estavam em automático. Desligou. Fui buscá-la no aeroporto e, no caminho para o laboratório mais perto, completou a frase interrompida pela aeromoça: "quero ter o nosso filho em casa". A cabeça dura-sertão do macho pernambucano, dos miolos encaretados pelo sol, desinformado e suposto senhor da ações, travou. "Em casa? Você é maluca?". Ela não falou mais nada. Nem eu. Segui calado, com aquela angústia-catapora, que faz tudo coçar por dentro.

No outro dia, comecei a pesquisar sobre nascer em casa. Em apenas um dia, li muito. Um turbilhão gigantesco de informações. No outro dia, li mais ainda. E assim seguiu. Fui a todos os encontros e consultas. Ouvi depoimentos lindos sobre o nascimento. Escutei também um relato de uma mulher decepcionada, pessimamente atendida num hospital público de Brasília porque apenas queria que o filho nascesse na hora que ele quisesse nascer. Ouvi muito mais. Com três meses de gestação, não tinha absolutamente mais nenhuma dúvida. Meu filho nasceria aqui, no seu quarto, com o cheiro da nossa casa, num ambiente afetuosamente preparado para tentar parecer o escurinho quente da morada onde viveu por nove meses. E assim aconteceu.

Mulher foi feita para parir. Homem não. Mas homem também foi feito para sentir. E o parto em casa me proporcionou isso. Eu pari junto. Eu eu Cecilia viramos um só dentro da água. É sobre isso que quero falar. Sou um homem que senti o corpo da minha mulher tremer a cada contração. Sou um homem que senti os músculos da minha mulher esticar e relaxar numa dança perfeita. Sou um homem que emprestei meu corpo para minha mulher beliscar e aliviar a dor do nascimento. Choramos muito. Ela de dor. Eu de outro tipo de dor. Parimos.

É isso. Eu não estava num baby-lounge, longe do meu filho, olhando tudo por uma televisão. Também não estava separado por um pano verde, impossibilitado de perceber o olhar do meu filho na primeira vez que viu o mundo. Eu estava ali, do lado, sentindo e vendo a natureza no seu estágio mais verdadeiro. Vendo minha mulher virar um bicho, gritando e se contorcendo para proporcionar ao nosso filho uma chegada sem nenhum tipo de intervenção. Uma chegada sem luz forte no rosto, sem mãos estranhas, sem aquela higienização terrorista de manual, sem a impessoalidade de um quarto frio com objetos que não são nossos, que não foram colocados por nós.

Desajeitado que sou, descobri que sei fazer massagem. Ah como foi bom perceber o alívio imediato quando apertava as costas de Cecília e ela mudava de som. Fiz isso por duas horas seguidas. Na verdade, posso dizer que era uma espécie de automassagem. Quando percebia que, de alguma maneira, era ator ativo do parto da minha mulher, do nosso parto, descobri que era mais do que pai. Muito mais.

Não escrevo para encorajar mulheres. Escrevo para encorajar os homens. Se puderem, passem por isso. A experiência mais incrível de toda minha vida. Francisco demorou cinco horas para nascer. Não houve nenhum tipo de intervenção. Ninguém sequer tocou em Cecília. Ele nasceu quando queria nascer. Passou dez minutos com a cabeça dentro da água. Ninguém o puxou. A natureza o empurrou quando achava que deveria empurrar. E ele saiu direto para os nossos braços. Ficamos ali por uns 20 minutos acarinhando o nosso filhote, tentando ainda entender como uma pessoa sai de dentro de outra. E foi lindo. Esperamos a placenta sair, cortamos o umbigo e pronto. Cecilia se levantou, eu me levantei e fomos conversar na cama. Ficamos ali por horas, olhando o nosso filho. O melhor: na nossa casa.

Nada disso seria possível sem as parteiras incríveisAna Cyntia Paulin Baraldi e Iara Silveira. Sem o auxílio de Carmen Palet, a mulher que ensina a coisa mais simples da vida: respirar.
Nada disso seria possível sem eu e Cecilia.



Texto e parto: João Valadares, jornalista e pai de primeira viagem

quinta-feira, 29 de maio de 2014

SIM! Parto sem dor

Conversando com muitas gestantes e lembrando dos meus bons tempos de barrigão, não é difícil identificar o principal medo de uma grávida, a tal da dor *sicdilacerante, agonizante, terrível”  do parto normal sem anestesia.


Hoje, quando digo “gente, é uma DELICIA parir!!!” todos olham de olhos arregalados, mas vou contar como acontece.

Durante o trabalho de parto o colo do útero se dilata (abre para passagem do bebe), para que isso ocorra todo o útero se contrai e relaxa em intervalos ritmados, os músculos da vulva e períneo também.

Agora, imagine car@ leitor@, se tem alguém te dando um abraço bem apertado enquanto você tenta com todas as forças abrir os braços, o que acontece? DOR, a danada da dor!

É isso que acontece quando, durante o trabalho de parto, a gestante está tensa, com medo, ou de alguma forma se sentindo ameaçada, instintivamente seu corpo tenta “segurar” o bebe ao mesmo tempo que tenta expeli-lo.

Esse fenômeno  é conhecido como a “tríade maldita” Medo-Tensão-Dor, teoria desenvolvida por Grantly Dick-Read obstetra britânico “pai” no primeiro programa de Nascimento Natural em 1930 na Inglaterra.

Ele observou que as gestantes que davam a luz em suas casas com apoio de familiares, nas posições desejadas em ambiente tranquilo e acolhedor não sofriam no parto, diferente das que tinham os bebes em ambientes desconhecidos e com acompanhamento impessoal.

“Nós sabemos que os neurotransmissores do estresse liberados pelo corpo (catecolaminas) podem interferir com o trabalho de parto, diminuindo o fluxo de sangue para o útero e da placenta, diminuindo as contrações uterinas, e diminui o oxigênio para o bebê.”

As contrações acontecem como ondas do mar, começam bem leves e aos poucos cresce, em seguida diminuem novamente. Ritmadas e constantes, uma a uma fazem lentamente o colo do útero se abrir, cada contração é um passo mais próximo de ter o bebe em seus braços! Espere por elas, as aceite.

Água quente no ventre e costas aliviam o desconforto, massagens e caminhar. SIM!! Gestante tem que ANDAR, quando mais você se movimentar melhor a oxigenação do sangue e facilita a passagem do bebe. Entre uma contração e outra dá tranquilamente para comer, conversar e até dormir!



Posições de conforto

• Apoiada com a barriga pra frente, pode ser em uma cadeira, na cabeceira da cama, segurando alguém pela cintura. A ideia é mudar o centro gravitacional para retirar o peso do bebê do colo do útero e, com isso, aliviar a dor.
• De lado (decúbito lateral esquerdo), melhora o fluxo venoso, descompressão da veia cava.
• Posição agachada (de cócoras), amplia o efeito da contração, auxilia a dilatação e a descida do bebê.



Para ter um parto sem dor, ou algo mais próximo a isso naturalmente, participe de grupos de apoio a gestantes, troque experiências e medos,  leia bastante sobre o parto, escolha uma equipe e que você confie e tenha confiança, planeje com seu companheiro o parto colocando tudo no papel como intervenções que deseja, posição que quer parir, quem vai estar ao seu lado, quem cortará o cordão... 



Namore, curta, viva intensamente o parto antes de ele acontecer! Parece simples mas isso te deixará muito mais tranquila e fora desse ciclo ;)


http://anadoulaenutri.blogspot.com.br/2012/10/posicoes-para-o-parto-escolha-e-sua.html

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Próximo evento

ATENÇÃO GESTANTES!!
No próximo encontro o Grupo AGe itapetininga juntamente com a "Lubna Nogueira Fotografia", sorteará uma mine sessão de fotos às gestantes participantes, com direito a 3 fotos impressas tamanho 15x21!!!!! NÃO PERCAM!!!!!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Meu bebê não ENCAIXOU e agora? Posso ter um parto normal? 

O encaixe do bebê é um sinal que ocorre no final da gestação, podendo variar de semanas que antecedem o parto, dias ou mesmo horas, ou seja, o bebe pode sem problema algum encaixar no momento do trabalho de parto!
" Porque a dela encaixou e a minha ainda não?"
Porque cada mulher é diferente, cada gestação numa mesma mulher também é diferente, e os sintomas que você sente na gestação não serão obrigatoriamente iguais os de outras mulheres!
O encaixe do bebe simplesmente é a descida do bebe para dentro da pelve! E isso pode diminuir a ALTURA UTERINA quando for medida pelo profissional de saúde durante as consultas de pré natal!
Lembrem-se: uma mulher não é igual a outra e as gestações numa mesma mulher são diferentes!

Afinal, posso ter um parto normal?
SIM

                                                                                                                                                        Texto por Suzana Coca Keinert

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Renascimento do Parto

O FILME

SINOPSE


O filme “O Renascimento do Parto” retrata a grave realidade obstétrica mundial e sobretudo brasileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções traumáticas e desnecessárias, em contraponto com o que é sabido e recomendado hoje pela ciência. Tal situação apresenta sérias conseqüências perinatais, psicológicas, sociais, antropológicas e financeiras. Através dos relatos de alguns dos maiores especialistas na área e das mais recentes descobertas científicas, questiona-se o modelo obstétrico atual, promove-se uma reflexão acerca do novo paradigma do século XXI e sobre o futuro de uma civilização nascida sem os chamados “hormônios do amor”, liberados apenas em condições específicas de trabalho de parto.


https://www.youtube.com/watch?v=3B33_hNha_8


Informações retiradas do site oficial do filme, clique aqui para acessar o site.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O nosso último encontro foi sobre "Os cuidados iniciais com o bebê", ministrado pela Enfermeira Obstetra Carol Markmam! Temas como: banho, troca de fralda, higiene do coto umbilical, cólicas, cuidados no hospital, e o que levar para maternidade, foram os mais abordados! - foto por Lubna Nogueira.

domingo, 18 de maio de 2014

Relato de Parto Analice

Relato de parto da Marcela - 18/04/2014 ( Parto Normal Hospitalar)

Minha história de parto começou 62 horas antes da minha filha vir ao mundo. As duas horas da tarde do dia 15/04 (datas que preciso conferir no calendário pois foram horas intensas e sem muita distinção entre dia e noite) minha bolsa rompeu enquanto estava em casa,em São Pedro,aproximadamente 3 horas de Itapê. Meu marido saiu do trabalho e fomos para o G.O que me acompanhou em Piracicaba. Chegando lá,reconheceu que a perda de líquido era bolsa rota,e com a desculpa de não haver dilatação e alegando SOFRIMENTO FETAL sem antes examinar o bebê,me receitou internação urgente e ''agendou'' minha cesária para 3 horas depois da consulta. Não discutimos,agradecemos a atenção durante o pré natal,fizemos as malas e viemos para Itapê com a nossa E.O linda nos acompanhando por msg e ligações. Chegando aqui,a Opima estava de portas abertas nos esperando tarde da noite..apesar deu não conseguir estreiá-la,a Dra. Andrea e sua clínica maravilhosa nos recebeu carinhosamente durante essas 62 horas para algumas tentativas de indução com acupuntura e outros meios naturais.
Com 50 horas de bolsa rota,sem dilatação ou contrações,com monitoramento constante através de exames para garantir que a Marcelinha estivesse saudável e sem qualquer sintoma de sofrimento,me internei no hospital da Unimed para a indução como ocitocina,com a parceria carinhosa e paciente do G.O Jorge Ozi que topou nos poupar de intervenções e respeitou minhas necessidades durante todo o trabalho de parto.
Não foi muito facil enfrentar certos tabus lá dentro,não tivemos total aprovação de médicos do hospital e sabemos e causamos um certo auê enquanto estávamos lá. Mas passei as melhores 12 horas da minha vida,recebendo apoio e amor incondicional do meu marido,que tenho orgulho de dizer que pariu nossa filhota comigo; com o amor,cuidado,paciencia e carinho imenso da minha parteira Giovana Fran
çani Fragoso e o anjo que Deus escolheu para cuidar da Marcela Andrea Gouveia; e o apoio físico,o apoio moral,toda a educação e o AMOR que não me canso de repetir do meu exemplo de mãe Jane ,que assim como meu marido esteve ao meu lado e lutou comigo por um parto digno e humano do começo ao fim. Sou grata a esses meus 5 heróis.

12 horas de trabalho de parto,com 62 horas de bolsa rota tive a honra de parir na Unimed exigindo meus direitos,com banho a hora que eu quis,caminhada,bola de pilates e banqueta auxiliar.. sem epísio,sem anestesia e sem maca de cirurgia. Marcela nasceu chorando,olhou nos meus olhos,mamou no meu peito com o cordão umbilical cortado pelo pai,trazendo ainda mais AMOR.

Amei parir! Amei as contrações! Amei a liberdade
de literalmente mijar e cagar num hospital que
parecia ter nojo de tais fisiologias... Gosto da sensação de termos aberto uma porta pras mulheres que desejam planejar o próprio parto e ter esses direitos em qualquer lugar que se diz preparado para receber uma gestante e uma criança.

Marcela é linda,estamos realizados! :') 


segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Protagonismo no Parto - O poder é todo seu!" Exposições Fotográficas


Em homenagem ao dia das mães temos o prazer de apresentar as Exposições Fotográficas de Kelly Stein e Vivian Scaggiante,

As fotos são maravilhosas. Venham se emocionar!



"Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" (Michel Odent)



Onde: Biblioteca Municipal Dr Júlio Prestes de Albuquerque, R Campos Sales, 175 Centro 
Quando: De 5 a 10  de Maio das 9h as 22h

O que: "Protagonismo no Parto - O poder é todo seu!" 

Quando: 9  de Maio às 19:30
O que: Exibição do filme "O Renascimento do Parto" 

Quando: 10  de Maio às 16:00

O que: Exibição do filme "O Renascimento do Parto" 


Onde: Praça Largo dos Amores 
Quando: Dia 9 de Maio das 14h as 17h
O que: Exposição de fotos, aferição de pressão arterial e teste de glicemia capilar


Onde:Praça Fernando Prestes (Praça do Fórum Velho
Quando: Dia 10 de Maio das 9h as 16h 
O que: Exposição de fotos, aferição de pressão arterial e teste de glicemia capilar



Exposição “O primeiro olhar” 

Kelly Stein, mãe da Lara e do Júlio,  é formada em direito e descobriu na fotografia sua realização pessoal, desde então já se foram mais de 4 anos realizando lindos registros. A exposição remete ao “imprinting” entre o bebe logo ao nascer e sua mãe. Começa então um laço de amor e cumplicidade, um vinculo que pode durar por toda a vida. O amor, cuidado, carinho fazem parte das imagens e desperta o desejo de estreitar laços, tão necessário na agitação da vida moderna.
Foto reprodução de http://www.kelstein.com/




Exposição  Além D’Olhar 

Mais do que compor a imagem e escolher a luz adequada, para a fotógrafa campineira Vívian Scaggiante, fotografar é um exercício de sensibilidade. Foi com esta proposta que criou o Além D’Olhar fotografia em 2003. Cinco anos depois, junto com outros parceiros, surgiu o Grupo Samaúma com o objetivo de informar e orientar mulheres e casais sobre o parto, possibilitando que façam escolhas conscientes.

O Além D’Olhar fotografia ficou conhecido no mundo após a repercussão de um dos vídeos de parto mais vistos na internet em 2012. O nascimento de Lucas, filho de Sabrina e Fernando.Um marco para a humanização do parto no Brasil.

Foto reprodução de : http://alemdolhar.com.br/quem-somos/#!prettyPhoto








Oganização: Age Itapetininga.

Apoio: Escola Info Jardins , Biblioteca Municipal Dr Júlio Prestes de Albuquerque

Direito das Gestantes, recém nascido e Pais









Muitas mulheres sofrem por não conhecerem seus direitos, fizemos aqui um levantamento dos principais.












Durante a Gestação

  • Realizar seis consultas de pré-natal no Posto de Saúde mais próximo de sua casa e receber uma Declaração de Comparecimento e o Cartão Gestante, que contém todas as informações sobre seu estado de saúde.
  • Receber e manter para si todos os resultados de exames realizados
  • Contar com acompanhamento mensal do desenvolvimento do bebê e da gestação.
  • Fazer exames de urina, sangue, preventivos, além da verificação da pressão arterial e de seu peso.
  • Realizar o parto, que é considerado emergência médica e não pode ser negado à parturiente.
  • Tão logo seja confirmada a gravidez, é direito da gestante ter parte das despesas adicionais decorrentes da gestação, da concepção ao parto, custeadas pelo futuro pai, na proporção dos recursos de ambos, segundo a Lei 11.804/08.
  •  Prioridade no atendimento médico tanto em instituições públicas como privadas.
  • Assentos preferenciais demarcados em todos os tipos de transporte público.


Em relação ao trabalho, de acordo com o Artigo 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

  • Licença-maternidade: de 120 dias (a partir do 8º mês de gestação), sem prejuízo do emprego e do salário, que será integral. Caso receba salário variável, receberá a média dos últimos seis meses. 
  • Trabalhar: A gestação não pode ser motivo de negativa de admissão.
  • Ser dispensada no horário de trabalho: para a realização de pelo menos seis consultas médicas e demais exames complementares.
  • Mudar de função ou setor: de acordo com o estado de saúde e ter assegurada a retomada da antiga posição.
  • Duas semanas de repouso no caso de aborto natural.




Trabalho de Parto e Parto
  • Direito a acompanhante:  A gestante tem direito a acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato" LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005.
  • Recusa a procedimentos:  Decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente perigo de vida” e a da Lei n. 10.241/1998, em vigor no Estado de São Paulo, determina que a gestante tem o direito de “Consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos diagnósticos ou terapêuticos a serem nele realizados”.
  • Decidir livremente sobre a sua pessoa ou seu bem-estar : artigo 24 do Código de Ética Médica, em vigor, que prevê que é vedado ao médico exercer sua autoridade de maneira a limitar o direito do paciente. Determinado pelo  artigo 31 do Código de Ética Médica.
  • Procedimentos de estimulação precoce do trabalho de parto (rompimento de membranas, indução farmacológica, uso de ocitocina endovenoso, dentre outros métodos)
  • Recusa de episiotomia
  • Escolher a posição em que deseja ficar para ter o bebe


É premissa que toda mulher tem o direito de consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos diagnósticos ou terapêuticos a serem nele realizados.
A gestante tem o direito de ter atendimento digno, atencioso e respeitoso; de ser identificada e tratada pelo seu nome ou sobrenome
Direito de requerer “por escrito o diagnóstico e o tratamento indicado, com a identificação do nome do profissional e o seu número de registro no órgão de regulamentação e controle da profissão”.


Depois do nascimento do Bebê
  •  Dois descansos diários de 30 minutos para amamentação: até a criança completar seis meses de vida.
  •  Estabilidade no emprego: o que significa que do momento da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto a gestante não poderá ser demitida sem justa causa.
  •  Ampliação da licença-maternidade por 60 dias: a critério da empresa, desde que a mesma faça parte do Programa Empresa Cidadã (Lei 11.770/08).
Aos pais empregados a lei assegura a licença paternidade que consiste no afastamento do trabalho durante cinco dias corridos, a contar da data do nascimento da criança; sem prejuízo do salário durante o período de afastamento.








A mulher grávida merece todos os cuidados porque toda criança tem o direito de nascer e se desenvolver em ambiente seguro. E isso só é possível se ela tiver uma gestação saudável e o atendimento adequado no parto.












quinta-feira, 1 de maio de 2014

Relato de Parto de Camila Prado

Relato de Parto de Camila Prado 27/11/2013 (Parto Domiciliar)


Antes tarde do que nunca, aqui vai o relato do meu parto.
Porém, antes de relatar o meu parto, gostaria de falar sobre os motivos que me levaram a escolher o parto natural domiciliar para o nascimento da nossa Ana Luísa.
Até a gestação eu desconhecia essa possibilidade, poder ter minha filha da maneira mais natural e fisiológica possível. Meu esposo quem comentou que existia e a mulher de um amigo dele tinha feito. Com a informação fui pesquisar sobre, li muito e esse é o momento que parece que você sai de um mundo e entra em outro completamente diferente, vê o quanto somos enganados pela indústria do parto e simplesmente aceitamos.
Mas em casa? Mesmo com todas as informações ainda tinha um receio, me faltava confiança para decidir que seria assim. Porém, um dia ouvimos um relato empolgado por parte de uma enfermeira de todos as intervenções que os RN's passavam, ela achava lindo e normal. Para nós aquilo foi a gota d'água, jamais deixaria que minha menina chegasse ao mundo recebendo aquelas 'boas vindas'.
No dia seguinte liguei para Giovana e combinamos uma consulta. Esse foi o momento em que fui salva de uma cesárea desnecessária, esse momento que eu e Ana Luísa ganhamos o direito de nós conhecer da forma mais natural e linda.
Esses foram os motivos externos para a escolha, mas internamente eu tinha a sensação que eu devia esse presente a ela. Que eu merecia parir, que seria um momento transformador para mim e ninguém tiraria isso de mim, seria o meu primeiro grande ato como MÃE.
Agora vamos para o relato em si.
No dia 26/11 a Gi e a Suzana vieram em casa para mais uma deliciosa consulta de parteira. A Gi fez acupuntura e disse que se fosse a hora estimularia a entrar em trabalho de parto. Eu descobri ai que sou uma mulher de pouca fé, rs. Como não senti nada e tinha na minha cabeça que ela nasceria com umas 41 semanas, achei que não tinha dado certo.
Na manhã do dia seguinte acordei sentindo uma cólica, igual cólica menstrual, fiquei empolgada mas decidi não me empolgar tanto vai que era alarme falso. Comecei a cronometrar, essas pequenas cólicas estavam vindo em intervalo de 10 em 10 minutos. Acordei o Gu, que por sinal estava em um dia que seria super atarefado e brinquei sobre a possibilidade de ele não poder ir a São Paulo naquele dia. Ele no momento também não levou muito a sério no momento. Mas como as contrações estavam vindo com a mesma frequência decidimos sair para comprar as coisas que faltavam da lista que a Gi tinha passado no dia anterior.
Fomos ao centro, tomamos café, fomos em vária lojas e mercado. E as contrações começavam a ficar mais intensas. Quando fomos almoçar fui ao banheiro e saiu um pouco do que eu achava que fosse o tampão, só ai acreditei que poderia realmente estar em trabalho de parto. A Gi ficou super empolgada quando ligamos para ela e pediu para continuar a cronometrar.
Chegamos em casa por volta das 14h e com o maior cuidado do mundo, pois a duas casas da nossa mora a minha sogra e ele não sabia que o parto seria em casa mesmo. Resolvemos não contar para ninguém, pois seria uma chuva de negatividade e gente tentando nos incriminar sobre a escolha.
As contrações vindo de 7 em 7 minutos e eu e o Gu lavando as toalhas. Fiquei com medo de não dar tempo de secar e resolvemos levar até a casa da minha tia e colocar na secadora. Isso eram 16h e ai vi que não aguentaria mais fazer tantas coisas.
Voltei para casa e entrei no chuveiro, as contrações começaram a vir de 4 em 4 minutos e durar 1 minuto mais ou menos.
A Gi chegou contou as contrações e fez o toque e eu estava com 5 cm de dilatação. Me animei, não achei que estava tão evoluído assim.
Ela voltou para casa buscar as coisas e eu voltei para o chuveiro. Ligou para a Prí vir de Sorocaba e avisou a Suzana que estava de plantão.
A partir desse momento as coisas não são tão claras na minha cabeça, lembro que houve tombo no chuveiro, várias conversas, dor aumentando, todas me incentivando muito, Suzana me dando muita força nos momentos finais, massagem da Prí, tentativa de comer chocolate, choro emotivo ouvindo música. Enfim, um milhão de sensações.
Ao longe ouvi um 'enche a piscina' e 'não enche não para, pois não vai dar tempo'. Não sei exatamente o horário, mas acho que por volta das 20h comecei sentir vontade de fazer força. Deitei na cama para sabermos com quantos centímetros de dilatação eu estava. Nesse momento eu senti dor, a posição não favorecia, fiquei pensando nas pessoas que dão a luz assim: coitadas!
Estava exausta, só queria que me deixassem descansar, talvez dormir um pouco. Entre uma força e outra só queria descansar. Sentei no banquinho com o Gu atrás de mim, me dando a mesma força que sempre deu desde o dia que descobri a gestação, desde o dia que nos conhecemos.
Vinha a vontade de fazer força, e era incontrolável, uma força que vinha não sei de onde. No meio de uma dessas só ouvi um 'calma, calma, senão vai lacerar' e foi nesse momento que minha consciência voltou com tudo e ouvi o chorinho mais lindo desse mundo.
Ana Luísa nasceu ás 21h17, com circular de cordão, veio direto para o meu colo, linda, com um cheirinho maravilhoso, um chorinho gostoso. Papai quem cortou o cordão somente na hora que ele deixou de pulsar. Recebeu nota 9 e 10 de Apgar. Não teve nenhuma intervenção desnecessária, ninguém passou sonda alguma nela, não foi aspirada, nem picada. A única coisa que ela recebeu quando nasceu foi amor e muito.
Só tenho a agradecer por esse momento, primeiramente a Deus, a toda a equipe maravilhosa e querida que estava presente nesse dia tão especial. Obrigada Giovana Françani Fragoso, Priscila Maria Colacioppo e Suzana Coca Keinert.
Ao Gustavo Gurgel, meu amor, que desde o dia que nos reencontramos passou a ser parte de mim, meu o obrigado especial. Obrigado pelo apoio, por todo amor e pela Ana Luísa. Você me deu o maior presente de toda a minha vida e o que eu mais desejei, uma família. Te amo!
É isso, todas somos capazes de parir, basta tirar as vendas que essa indústria de parto nos colocou e acreditar. Acredite, empodere-se e não deixe ninguém tirar o seu protagonismo.