domingo, 10 de julho de 2016

Relato de Parto Camila Ziolli


Gabriela de Proença Ziolli (mulher de  Deus, mulher forte de Deus)
Posso dizer que tudo que dizem sobre o parto, você pode até imaginar, mas quando chega a sua vez, você vai ver que é tudo diferente, surreal, inimaginável, depois que tudo passa, parece que é um sonho, e que nem parece que você ficou mais de 15 horas em trabalho de parto, e a dor? Aquela dor que todas relatam e temem, é verdade, é uma dor que você não consegue descrever, só sabe que dói muito mesmo, mas depois que você pega o seu filho nos braços, você não se lembra da intensidade, sabe que doeu, e muito, mas que passou e você nem se lembra mais.
Vale a pena passar por tudo que eu passei? Vale muito, cada minuto, cada contração que eu sentia, eu percebia que eu estava mudando, minha mente, minhas expectativas, minha visão sobre tudo, estava mudando, hoje eu percebo que realmente é um processo que transforma uma mulher em mãe.
 Não me lembro do horário exato, mas tentarei descrever o mais próximo possível de como ocorreu.
Tudo começou em uma sexta-feira, dia 08/04, fui passar o dia na casa da minha mãe, porque não aguentava mais ficar em casa, ansiosa, esperando o dia que a Gabriela iria vir, já estava com 40+1 dia segundo o ultrassom, meu marido o Pedro acabou indo almoçar conosco, e ficou um pouco, tinha um cliente a tarde somente, saiu para ir no cliente as 15:30 , fui ao banheiro  vi que saiu um pingo do tampão( que estava saindo a dias ), mas dessa vez escuro, comecei a rir, porque sabia que era um sinal mais provável do trabalho de parto, falei para minha mãe, continuei passando o papel e vi que estava aumentando a quantidade e estava escuro como sangue, liguei para meu marido e disse isso a ele, claro que ele ficou muito feliz e também ansioso, as enfermeiras me pediram para ficar calma, e relatar se eu tivesse as famosas contrações, como eu não estava sentindo nada além de uma dorzinha na lombar, fiquei meio triste achando que era um falso sinal, tomei banho na casa da minha mãe, para relaxar, meu marido chegou e fomos para a casa, tentei pensar em passar aquelas horas o mais normal possível, mas estava muito difícil mesmo, fui deitar as 22 horas, percebi que a dor começou a pegar ritmo, porem suportáveis e vi que estava vindo de 10 em 10m  , relatei no grupo do wats, a Fernanda, a fotografa RIthiele( que tbm foi uma das minhas doulas rs), e a Karin ficaram de vir mais tarde e me pediram para dormir, prometo que tentei, meu marido dormiu um pouco, minha mãe chegou em casa as 23 horas, e ficou na sala, fiquei enrolando na cama até as meninas chegarem, conversaram comigo e as 3:30  me examinaram e eu estava com 3cm, fiquei feliz, afinal estava evoluindo, com pouca dor, as 5:00 pediram para eu tentar descansar, e elas saíram para encontrar com a outra enfermeira que viria a Andréia, acho que cheguei a dormir uns 40 minutos, as 07:00 ainda estava fraca a minha dor, tomei um café  e fui caminhar com meu marido e as enfermeiras, caminhamos pelo  condomínio inteiro e voltamos as 08:20 eu estava de 4 para 5 de dilatação, ufa, estava evoluindo, mesmo com as dores mínimas e suportáveis ainda, continuei revezando entre caminhar, chuveiro, massagem,
Depois a Fernanda e a Rithielle tiveram a ideia de fazer a pintura na barriga, fomos para uma área verde, deitei e elas começaram a me pintar, e faziam pausa quando as contrações vinham, já estava começando a aumentar, mas ainda estava feliz e sorrindo, tiramos umas fotos lindas da barriga, e fomos almoçar, a linda da enfermeira Priscila chegou, não me lembro direito mas sei que fiz acupuntura , e a Priscila me examinou, 8 cm uhul, tava quase, todos achavam que ate as 15 a Gabriela estaria em meus braços, fiquei animada, a Priscila mandou eu caminhar, porque a Gabi ainda estava alta, e a dor começou realmente a aumentar para valer, fui para o chuveiro e fiquei muito tempo, lembro que vomitei, não sei que horas, me tiraram para me colocar na piscina, sentei em um banco para esperar terminar de encher a banheira, acho que eu estava entrando na partôlandia porque comecei a chorar e sentir um misto de sentimentos, nesse ponto a dor estava terrível, fui para a piscina , achava que não ia aguentar, agarrava a mão do Pedro, da Angélica, da minha mãe, não tinha mais noção de tempo, só lembro que a Pri veio fazer um toque, e quando ela colocou a mão , a bolsa estourou, dei um pulo, e senti um alivio, ela disse que estava dilatação total, uhul, mas depois disse que a Gabi estava alta, e que eu tinha que andar, desanimei, fui andar um pouco, ficava falando que não ia aguentar, o Pedro falava que a Gabi já estava vindo, entrei em casa, e fiquei andando do quintal para o quarto, não me lembro quando, só sei que comecei a sentir vontade de fazer cocô, dai foi assim até a noite, sei que pedi para deitar, colocaram o colchão no quintal, e eu fiquei la, por incrível a dor diminuía para mim, kkk a pior posição, a única que eu não queria .
A Pri veio e pediu para eu levantar e ajudar a Gabi vir, nessa hora o puxo já estava forte, mas me aliviava fazer a força, nem sentia a contração direito, mas eu olhei para a banqueta e não quis, voltei para o colchão e fiz a minha melhor força la mesmo com meu marido me apoiando como um travesseiro, com um espelho eu  vi a cabecinha dela, isso fez voltar uma força que não sei de onde veio, me empenhei para poder pegar ela, chegou momento de maior emoção de nossas vidas, muita alegria e gratidão a Deus, Gabriela nasceu a luz das estrelas no quintal de nosso lar, como uma flor no outono calorento de Itapetininga, as 20:09, 09 de abril,Sábado, com 3,21 kg e 47 cm , direto para meus braços, e lá ficou por muito tempo, depois foi para os braços do papai.
 Nossos sinceros agradecimentos para as militantes do parto humanizado domiciliar, Giovana, Priscila nosso porto seguro em meio ao medo e insegurança, a guerreira Karen incansável ( foi de manhã para a apresentação do filho, em outra cidade e voltou depois do almoço) A carinhosa Andreia, A enfermeira Fernanda que fez o papel de doula, minha mãe que foi muito forte, fez café, almoço e me apoiou tbm, a Angélica que me acompanhou desde o início,filmou, mas que também fez o papel de doula muito bem, me deu muita força para ir adiante, a maravilhosa fotografa Rithielle, que além das fotos lindas, doula tbm, num momento que eu passei, ela me apoiou e cuidou de mim.
Ao meu marido maravilhoso Pedro que sempre me apoiou desde o início, sempre me incentivou até o fim, que buscou informações, te Amo!!
Camila, Pedro e Gabriela