sexta-feira, 6 de maio de 2016

Feliz dia das Mães!!!!!! Relatos de Parto...

O relato de parto é importante para que a mãe reflita sobre como foi o seu parto, como esse acontecimento mudou sua vida como mulher e mãe, e se foi do jeito que você gostaria.
Qualquer mulher pode escrever o seu relato, contando como foi a gestação, trabalho de parto e nascimento do seu filho, se você quer seu relato postado do blog do AGe mande um email com fotos para nós e compartilhe sua experiência! Email: su.cocak@yahoo.com.br

Em homenagem ao dia das mães o AGe compartilha com vocês esse lindo relato de Parto Domiciliar da Pâmela mãe de Noah! ( 2 partes, amanhã as 7h será postada a segunda parte)

 Parte 1: Como tudo começou...
O dia do meu Renascimento
Antes de falar da intensa experiência que tive com o parto domiciliar do Noah, meu primeiro filho, gostaria de comentar um pouco sobre as motivações que levaram eu e o Giovan, meu companheiro, a tomar as decisões que tomamos em relação a chegada do nosso menino - decisões essas baseadas em ideais e valores que cultivamos com carinho, e que invariavelmente nos motivam a enxergar a vida a partir de um aspecto mais integral, onde cada escolha nossa influencia o Todo e faz uma diferença positiva ou negativa nas pessoas.
Nossa riqueza se encontra na ação gerada a partir dessa visão e no autoconhecimento que ela traz, tendo em vista que hoje podemos afirmar que os que tratam a vida dando o seu melhorexpandindo informações boas e se conhecendo o suficiente pra perceber tudo aquilo que cria, recebem presentes de valores incalculáveis, entre eles, um tal sentimento de contribuição positiva na infindável batalha entre o conhecimento e a ignorância. Foi justamente essa busca, interminável e até espiritual eu diria, que ajudou a nos conhecermos e nos fortalecermos o suficiente para termos tido a alegria de proporcionar ao Noah uma chegada com muito amor.

Mesmo sem ter sido planejada e ter acontecido no início dos preparativos de uma viagem, a minha gravidez foi muito bem vinda e gerou, além de um rápido sentimento de preocupação diante do desconhecido, muita alegria para nós e nossas famíliasEstávamos num movimento bastante intenso naquela época, pois o Giovan e eu havíamos ficado quase um ano e meio separados em virtude da mudança dele pra fora do Brasil e a minha ida ao Nordeste a trabalho. Nossas voltas à cidade onde vivíamos anteriormente coincidiram no final de 2013, e com ela retomamos a relação, logo coroada com a notícia da gravidez; sem nenhum planejamento ou razão, mas com certeza dentro da perfeição divina.
A partir de então, começamos a pensar: se estamos recebendo esse presente maravilhoso, vamos fazer de tudo para que ele venha da melhor maneira possível. As informações mais confiáveis que chegavam, de uma maneira ou outra, de um lado ou de outro, nos levavam ao parto natural domiciliar. Assistir ao filme O Renascimento do parto foi um choque de realidade e um divisor de aguas no direcionamento dos nossos planos em relação à gravidez. Descobrir o parto humanizado gerou em nóamor à primeira vista, mas também trouxe todo um impulso pra fazer a diferença dentro de um senso comum onde impera o enfraquecimento do poder de escolha da mulher, que deveria ser a principal protagonista do seu próprio parto. Nos deparamos com todo um sistema que influencia negativamente a possibilidade de se ter essa maravilhosa experiência, se utilizando das mais diversas maneiras para que o empoderamento da mulher, fundamental para que a decisão tenha base sólida e se mantenha firme diante dos muitos enfrentamentos que ocorrerão, frutos de uma cegueira parcial ocasionada por diversas maneiras, entre elas o não questionamento ou falta de disposição para reconhecer os muitos absurdos que muitas vezes ocorrem nos considerados métodos comuns, neste caso, em relação ao parto.
Sempre acreditei que estamos vivendo um período onde devemos nos conscientizar do Ser Natural, das potencialidades do nosso corpo e organismo, da perfeição da máquina que é o nosso corpo e do poder e capacidade que temos de criarmos bem estar, não apenas a partir de hábitos saudáveis mas também a partir de uma mente saudável, cujo medo da doença é substituído pela afinidade e entrega à verdadeira saúde.
Colocando sob o ponto de vista do parto, a mulher nasceu para parir e em essência é a principal protagonista do seu momento. A sua confiança determinará o bom andamento e a magia de todo o trabalho. Infelizmente o sistema atual, em sua maior parte, mina aos poucos essa confiança no decorrer do pré-natal. Mas, quando está em seu poder, a mulher dá o aval para o seu corpo fazer brotar, como uma flor em toda a sua plenitude, mais uma oportunidade de mudar o mundo.
Se queremos um mundo melhor, devemos olhar o nascimento com olhos mais amorosos, pois o momento é de grande impacto e talvez o mais auspicioso na vida desse novo ser. As sensações sentidas na gestação, no parto e no pós parto, tanto para o bebê como para a mãe, tem muito a dizer sobre o desenrolar da vida desse novo ser humano, gerando potencialidades de valor ou sofrimentos e traumas. 
Com isso em mente e depois de muito estudo, meu caminho se cruzou com a da doula Regina Souza, da cidade de Piracicaba, e pouco tempo depois com as parteiras Giovanna Fragoso, Priscila Colacioppo e Suzana Coca, das cidades de Sorocaba e Itapetininga. Esses encontros me fizeram perceber que não estava sozinha nessa. Existem sim pessoas que acreditam nisso e doam uma vida por essa causa. Me apaixonei pelo profissionalismo de todas, cuja base é a troca de amor e respeito.
Dia 25 de dezembro de 2014no meu aniversário de 29 anos, eu já estava com 41 semanas e 5 diasNoah começou a dar sinais de querer nos conhecer. Após 2 horas exatas de um descolamento de bolsa feito com muito carinho pela minha amiga de longa data e obstetra Brunna, no conforto da minha cama, onde ela pode sentir que só tinha 2cm de dilatação, algumas dores se iniciaram e nossa atenção começou a mudar.
Mesmo sendo mãe de primeira viagem, não tive dúvidas de que aquele era o momento.
minha casa estava cheia de amigos, que vieram comemorar o meu aniversárioGiovan gentilmente explicou a situação a todos, que foram embora nos desejando tudo de melhor nas próximas horas. 
Entre uma contração e outra fui trocando de roupa e arrumando minhas coisas, pois planejamos ir até a chácara dos meus pais, ambiente que gostamos muito e que foi escolhido com carinho pra receber o NoahGiovan foi deixando um ambiente mais tranquilo, com luz baixas, uma música tranquila, velas e um incenso suave. Foi nesse clima que fomos aos poucos nos deslocando por volta das 18h. Avisamos toda a equipe, que em pouco tempo já estavam no local, chegando a doula Regina primeiro e logo depois as parteiras Giovanna e Suzana, trazendo confortantes e fortalecedores energias femininas para me auxiliar.
A fase latentecujas contrações ainda não eram ritmadas, mas ocorriam o tempo todo, percorreu a madrugada inteira. Por orientação, consegui dormir entre uma contração e outra. O dia amanheceu e as sensações aumentaram de intensidade. Porém, recebi um balde de agua fria quando após aproximadamente 12 horas do início dessa fase latente, a Giovanna fez um toque que constatou apenas 3 centímetros de dilatação. No momento fiquei arrasada. Porque tão pouca evolução em todo esse tempo? Conversamos sobre a hipótese de irmos ao hospital realizar uma indução, ideia essa que não me agradava e que gostaria de fazer apenas em último caso. Decidi esperar mais e o dia continuou a se desenrolar, bonito e ensolarado. Nossos cães estavam pelo local, Giovan tocava violão e a equipe tranquila dava todo o apoio necessário....