Parte 2: A LEOA

A fase ativa vinha com tudo. Eu estava entrando na chamada “partolândia”. Não ouvia nem via mais nada. Um filme com muitas cenas se passava em minha cabeça. Eu queria entrar na piscina para ver se aliviava um pouco a dor, mas estava muito calor e não consegui ficar na água.
A Regina me orientou a pensar em um animal e me conectar com esse aspecto em mim. Eu tinha conhecimento de que em muitas tradições e culturas ancestrais o chamado “animal de poder”, desperta em nós nossos instintos mais selvagens, fundamentais para que o animal que existe em nós faça o trabalho que a natureza determina. Papel esse que o ser humano racional foi perdendo em seu caminho. Foi aí que me identifiquei com uma leoa. Com ela veio sensações que nunca havia experenciado antes. Me senti como esse animal, me senti como se meu habitat fosse uma selva e uma força sem precedentes tomou conta de mim. Me senti mamífera, selvagem e, acima de tudo, me senti mulher por inteira, a fêmea. Meus gritos na hora da contração vinham de um aspecto novo em mim e essa vocalização deixava claro que ali nascia não só mais uma, mas duas novas vidas. A transformação que vinha com aquela dor era imensa, eu podia sentir isso. Podia sentir o processo para a formação da MÃE. A ocitocina liberada pelo meu organismo deixava meu corpo com sensações que me levavam ao êxtase, juntamente com o sentimento de proteção que o meu parceiro me trazia e a segurança e tranquilidade que a equipe me passava. Nesse transbordar de hormônios e alguns minutos após o rompimento da minha bolsa, que às 23h26 minutos do dia 26/12/14, depois de mais de 27horas de trabalho de parto, contando a fase latente e a ativa e na posição de quatro membros no chão, sentindo-me plena, tomei nos braços o Noah, com 3,720kg e 51cm. Nosso amor maior nasceu com olhos abertos, maduro, no seu tempo, com toda a paciência e dedicação para que esse tempo fosse respeitado. Seus olhos espertos vieram direto ao meu peito, onde encontrou o seu abrigo pelas próximas horas, sentindo toda a receptividade do colostro cheio de vida. Nessa atmosfera, nossos olhos se encheram de lágrimas e ficou claro que aquele era o primeiro dia do resto de nossas vidas.
A Regina me orientou a pensar em um animal e me conectar com esse aspecto em mim. Eu tinha conhecimento de que em muitas tradições e culturas ancestrais o chamado “animal de poder”, desperta em nós nossos instintos mais selvagens, fundamentais para que o animal que existe em nós faça o trabalho que a natureza determina. Papel esse que o ser humano racional foi perdendo em seu caminho. Foi aí que me identifiquei com uma leoa. Com ela veio sensações que nunca havia experenciado antes. Me senti como esse animal, me senti como se meu habitat fosse uma selva e uma força sem precedentes tomou conta de mim. Me senti mamífera, selvagem e, acima de tudo, me senti mulher por inteira, a fêmea. Meus gritos na hora da contração vinham de um aspecto novo em mim e essa vocalização deixava claro que ali nascia não só mais uma, mas duas novas vidas. A transformação que vinha com aquela dor era imensa, eu podia sentir isso. Podia sentir o processo para a formação da MÃE. A ocitocina liberada pelo meu organismo deixava meu corpo com sensações que me levavam ao êxtase, juntamente com o sentimento de proteção que o meu parceiro me trazia e a segurança e tranquilidade que a equipe me passava. Nesse transbordar de hormônios e alguns minutos após o rompimento da minha bolsa, que às 23h26 minutos do dia 26/12/14, depois de mais de 27horas de trabalho de parto, contando a fase latente e a ativa e na posição de quatro membros no chão, sentindo-me plena, tomei nos braços o Noah, com 3,720kg e 51cm. Nosso amor maior nasceu com olhos abertos, maduro, no seu tempo, com toda a paciência e dedicação para que esse tempo fosse respeitado. Seus olhos espertos vieram direto ao meu peito, onde encontrou o seu abrigo pelas próximas horas, sentindo toda a receptividade do colostro cheio de vida. Nessa atmosfera, nossos olhos se encheram de lágrimas e ficou claro que aquele era o primeiro dia do resto de nossas vidas.

Noah não sofreu nenhum procedimento pós- parto. Depois de cortar o cordão foi direto pro colo do pai que o colocou, com a ajuda da Suzana, a primeira roupinha. Sem banho, sem colírio, sem aspiração, sem nada que fosse necessário em perfeitas condições, como foi o nosso caso, graças a Deus.
Aproveitei para tomar um banho. Me sentia muito bem e leve. Que sensação!! Agora sei porque existem mulheres que tem muitos filhos, que se viciam no parto. As sensações de parir são incríveis e não me restam dúvidas que o ato em si é divino.
O pós parto foi acompanhado de perto pela Giovanna e pela Suzana que me deram apoio total na amamentação, banho, dicas para usar o sling e outros detalhes importantes.


