segunda-feira, 16 de maio de 2016

Relato de parto Adrielli, nascimento Bernardo (Parto Domiciliar Planejado)

Tudo começou as 03:00hs, acordei com a tão esperada contração, mas achei que fosse coisa da minha cabeça, pois passei toda gestação dizendo que o parto seria no dia 17, o carinha aqui dentro de mim, também deu sinais de que seria no dia 17. Meu marido colocou as mãos na minha barriga e perguntou: fala para o papai quando você vai nascer? E começou a contar os dias; um, dois, três......dezessete, e ele chutou forte. Então fiquei ali, com a dores, achando que era coisa da minha cabeça, mas elas não paravam.

Quando foi 03:30hs, acordei meu marido e ele começou a contar as contrações e me mandou ir para o chuveiro. A casa estava uma bagunça, o colchão no chão e louça na pia, ele contava as contrações e limpava a casa. E as contrações só aumentavam. Então achamos melhor ligar para as parteiras; Karin, a parteira e Rithielle, a fotografa, chegaram mais ou menos umas 06:00hs, pois moravam em Tatuí, cidade vizinha, e quando Karin fez o exame de toque já estava com 4/5 de dilatação. Fiquei muito feliz. Pensamos: vai ser rápido.



Ivanilde que mora em São Paulo chegou por volta das 09:00hs, e eu já estava com quase nove centímetros de dilatação e ela me disse que o colo do útero estava fino como um papel. Ficamos muito animados. Artur ligou para o meu cunhado para ele comprar frutas e outras comidas para durante o trabalho de parto. Quando ele veio entregar, meu cunhado, Bob, deu um grito – Dri, Glória a Deus – e foi embora. Entre contrações e gritos, panelas com agua esquentando, o gás acaba. E como num milagre, não demorou cinco minutos e o cara estava em casa trocando o botijão por um cheio, e eu no quarto aos berros...rsrs.

Fui para a piscina, lugar que aliviou bastante minhas contrações. O Artur jogava água todo tempo nas minhas costas e nos intervalos eu dizia que nunca mais queria ter filhos. Bernardo estava muito alto e demorava para descer, as contrações não davam tréguas e contávamos com a experiência da Ivanilde para ajudar ele a descer. Mesmo estando exausta, fazia tudo que elas me pediam: andava erguendo as pernas, agachamentos, movimentos na bola, movimentos verticais com o lençol na janela, enfim, se pedissem para eu plantar bananeira eu a faria...rsrs. Artur vendo minhas dores, falou: Amor se você quiser ir para o Hospital tudo bem! Eu olhei para ele e disse: Vai cagar! Nosso filho vai nascer aqui em casa.

Logo vieram as fisgadas, mas o Bernardo ainda estava muito alto. Ivanilde, sempre atenta me ajudando com manobras afim de fazer ele descer. Karin e Artur sempre me massageando e cuidando de mim, Rithielle também ajudava dando dicas de posições confortáveis para atenuar as dores.

Próximo as 18:00hs, nosso filho começa nos mostrar seus cabelinhos e o desejo de vir ao mundo. Sentei na banqueta, Artur atrás de mim numa cadeira e Ivanilde no chão. Karin sempre ao meu lado, dando todo suporte, ela e o Artur faziam cócegas na minha barriga para evitar que as contrações parassem. Eu fazia força, força, força e então, conseguimos ver a cabecinha dele através do espelho, toquei nela sabendo que estava muito perto a hora de tê-lo em meus braços. Porém, na hora que mais precisava das contrações, ela decide parar, e o Bernardo não podia ficar ali por muito tempo, pois já estava coroado. Karin, então começou a ajudar, fazendo em mim contrações manuais.

Artur, meu marido e companheiro, me ajudava segurando meu joelho para trás, enquanto apoiava meus pés em Ivanilde. Então, o momento mais esperado acontece, Bernardo escorrega e nasce nas mãos de nossa parteira, e em seguida vai para o meu colo. Mas eu ainda continuava inspirando e respirando, pois precisava mandar o máximo de oxigênio para meu filho. Logo após, ouvimos o som mais aguardado do dia, seu choro, ah! Como esse choro nos trouxe alivio, nos trouxe vida, e não teve como segurar, choramos junto com ele. Louvamos a Deus e cantamos “Quão Grande és meu Deus” em meio a muitas lagrimas. Eu fiquei ali, encantada com aquele serzinho em meus braços. Ivanilde chega perto de nós e começa a cantar: Bem-vindo meu novo ser, cercado de proteção, de tanto amor tanta paz, dentro do meu coração. É como se eu tivesse esperado toda vida pra te embalar. E eu cai no choro, parecendo mesmo que eu havia esperado a minha vida inteira para ter ele em meus braços. Depois, ela ainda cantou uma música consagrando o Bernardo a Deus: Eu sou um milagre da vida, milagre da criação, com Deus sim eu quero crescer, pois Ele que me fez nascer. E esse foi o dia em que o Bernardo nasceu.

Meu marido não desgrudou de mim, ele foi essencial para que conseguisse o meu tão sonhado parto, mais uma vez provou seu amor e seu companheirismo, depois desse dia passei a ser ainda mais apaixonada por ele.

Agradeço vocês minhas parteiras que a todo tempo cuidaram de mim e respeitaram todas as minhas vontades, também as fotografas, Rithielle e Aline pelo carinho e cliques tão lindos.